É incrível verificar que a maioria das pequenas e médias empresas ainda não enxerga valor em um software. Ainda é difícil para elas entenderem que sistema de gestão é um serviço contínuo. Parece que a categoria software continua em algum lugar perdido entre o produto e o serviço. Comparar um sistema operacional ou de gestão como um serviço de advocacia ou contabilidade é complicado. Até mesmo com um serviço de Internet, que vai muito além das antenas e cabos e se transmite principalmente pelos softwares, que controlam nossas conexões, acessos, e se nossa conta está em dia para podermos utilizar aquele serviço.
Na maioria das vezes, encontramos empresas muito bem estruturadas, com grandes equipamentos para produção, sistema interno de câmeras, telefonia móvel de última geração. Mas por trás de tudo isso, achamos máquinas obsoletas, sistemas e aplicativos não legalizados, sistemas chamados “free”, que muitos acreditam ser de uso livre nas empresas, mas que não são, e que ninguém sabe utilizar. De acordo com a consultoria IDC, 54% dos softwares utilizados no Brasil são piratas. Nos EUA e no Japão isso não chega a 20%. As empresas brasileiras precisam se conscientizar que os sistemas de gestão não são mais diferenciais, eles se tornaram pré-requisitos. Além disso, não dá para brincar com os softwares, que são responsáveis por processos tão importantes nas organizações.
Softwares defasados e sem evolução fazem com que os usuários consumam o precioso tempo de produtividade da empresa tentando contornar problemas que não deveriam fazer parte do seu dia. As pessoas sabem determinar o valor de uma roupa, carro ou TV LCD por aquilo que elas vêem em seu cotidiano, mas não têm a mínima idéia do valor do software. Pior que isso é tentar mostrar essa noção para os empreendedores. Concordo que muitos não entendem a proposta de valor de um software. Sei que muitos têm o espírito empreendedor, mas não foram preparados para lidar com a complexidade da tecnologia. Mas como entender que um negócio aparentemente rentável, com anos de mercado e vendendo os mais modernos equipamentos quer continuar crescendo ano após ano sem investir na tecnologia que sua empresa utiliza? Os primeiros ERPs surgiram na década de 50. Como os computadores eram caros e lentos, em geral, somente governos e instituições nacionais tinham condições de implementar tais sistemas. Somente na década de 90 os sistemas de gestão empresarial chegaram às grandes empresas particulares e uma vez esgotado o mercado das grandes corporações, o foco das fornecedoras passou a ser a média e pequena empresa.
As limitações financeiras e de recursos eram os principais motivos que faziam com que as empresas de menor porte tivessem dificuldade de adquirir um ERP. Mas, ano após ano, a adoção de sistemas de gestão empresarial foi aumentando gradativamente. Surgiram novas fornecedoras de soluções, a concorrência aumentou, houve o alargando do mercado, o barateamento dos computadores e do acesso a Internet. Desta forma, os ERP se tornaram presentes em quase todo mundo. Diante deste cenário, não podemos mais colocar a culpa no “cultural”. Não há como ficar calado ouvindo que o sistema operacional de dez anos atrás é melhor que o atual só porque os usuários estão acostumados. Quem está acostumado, na verdade, está acomodado. A evolução está aí e aproveita mais quem chegar primeiro. Com a tecnologia
É incrível identificar que a grande maioria acaba evoluindo de maneira forçada causada pelo agente chamado governo, pois, não fosse o cupom fiscal, NFe e SPED, entre outras obrigações que as empresa estão sendo obrigadas a adotar, estaríamos ouvindo as impressoras matriciais.
O que vemos pelo Brasil é resultado de um crescimento desordenado e com políticas que demoraram muito a serem definidas. O valor de um software não pode ser mensurado pelo preço que está sendo pago por ele, mas sim pelo resultado que ele trará para empresa após a sua implementação. Medir valor de um software é cronometrar ganho de produtividade, principalmente no tempo que os colaboradores desperdiçam para executar suas tarefas. Se você encontrar em sua empresa a mesma tarefa sendo executada em processos diferentes você já está perdendo metade do tempo. Pode ser em uma simples marcação em agendas separadas ou até mesmo digitar uma informação qualquer em sistemas diferentes. Será que isto é realmente necessário? Faça os cálculos, multiplique o valor-hora e veja o resultado em um ano. A partir deste valor você pode começar a ter uma idéia de valor de um software.
Fonte: http://www.dci.com.br/O-valor-do-software-em-sua-empresa-8-400803.html
0 Comments